sábado, 22 de outubro de 2011

Mãe reencontra recém nascida que havia sido sequestrada:" Nunca mais desgrudo da minha flor"

Texto e imagem por Marcelle Corrêa

Foi com um final feliz que terminou o caso da recém nascida que foi sequestrada por uma falsa médica na última sexta-feira no Hospital São José do Lírios, no bairro do Zé Garoto, em São Gonçalo. Após quase 24 horas do sequestro, Tanit Cardoso Peixoto, 27 anos, se entregou na 154ºDP no município de Cordeiro, região serrana do Rio na tarde do sábado (23). Em seguida, os policiais do 72ºDP, comandada pelo delegado-titular, Geraldo Assed, que investigava o caso, foi até o local com o pai do bebê, Joffree Lazarius, de 27 anos, onde reencontraram a menina e a trouxeram de volta para os braços da mãe, que a aguardava ansiosamente no hospital.

No início da tarde de sábado, antes da notícia de que a menina havia sido encontrada, a mãe da bebê, Eliza da Silva Barboza, 27 anos, estava desolada e disse que teria alta do hospital no domingo mas que só sairia de lá com a filha nos braços, e saiu.

-Estou com o coração a mil, agradeço muito a todos que colaboraram para que minha pequena estivesse em meus braços novamente. Parece que tudo isso foi um pesadelo, um sonho muito muito ruim, mas eu tinha certeza que ela ia voltar para meus braços- disse a mãe emocionada após encontrar Ayana.

Quando questionados se perdoariam a seqüestradora, os pais da crianças foram precisos em dizer que não perdoam a atitude da mulher.

-Eu não perdôo. O que ela fez foi desumano. Ela já tem dois filhos, porque tinha que vir pegar a filha de outra pessoa? O importante agora é minha mulher se recuperar e dar muito amor para minha filhota- disse Joffree Lazarius.

Do momento em que chegou a notícia de que Ayana havia sido encontrada até ela de fato chegar aos braços da mãe, foram 11 longas horas de espera, que deixaram Eliza em estado de nervos. Ansiosa, ela ligava para o marido de 15 em 15 minutos para saber sua localização. Forte, ela nunca perdeu as esperanças em encontrar esta que é sua segunda filha, porém a primeira do casal.

-Em nenhum momento eu perdi as esperanças. Eu acredito em pessoas boas que iam me ajudar a encontrar minha flor e ela seria presa. Eu posso dizer que vou estar realizada quando ela chegar aqui. Só em saber que esta mulher foi pega e que ela está presa eu já fico aliviada. Estou pronta para ir para casa, o berçinho está esperando por ela- disse a mãe de Ayana Milla.

Eliza e o marido Joffree, que moram em Inhaúma, resolveram ter a filha na Casa de Saúde São José dos Lírios, após indicação da família do pai da criança, que mora no bairro do Rocha, próximo a clínica.

A primeira pista sobre a sequestradora foi de que uma mulher teria comprado roupas de bebê em uma loja infantil em Itaboraí e foi reconhecida. Os policiais então seguiram para o local, porém Tanit se entregou antes da chegada da equipe

Relembre o caso

O bebê que nasceu ás 0h05 da madrugada de quinta para sexta feira foi sequestrado por uma falsa pediatra que se identificou como Taísa Quércia, ás 17h30, após entrar no quarto da paciente e levar a menina com a desculpa de que levaria a pequena Ayana para fazer exames médicos, os pais não desconfiaram, já que minutos antes a berçarista havia entrado no local e avisado que uma médica iria até o quarto para avaliar a recém nascida. Tanit mobilizou as enfermeiras com a desculpa de que uma paciente do quarto ao lado estaria passando mal para assim ter livre acesso ao quarto de onde entrou com as bolsas com a desculpa de que estaria chegando ao plantão naquele momento. Dali ela seguiu para o banheiro, que foi onde ela botou a criança dentro da bolsa e saiu do hospital às 17h50. Do local a falsa médica seguiu para o município de Itaboraí, onde comprou roupas de bebê com um cartão de débito, e segui para o município de Cordeiro, onde morava com seus dois filhos homens de três e seis anos respectivamente.

Falha na segurança

A diretora administrativa do Hospital, Alice Diniz, negou que tenha acontecido falha na segurança do local, mas admitiu que são necessárias algumas mudanças no controle de entrada e saída de pessoas que chegam a clínica. Segundo ela, o que aconteceu foi uma fatalidade e a segurança do local não pode revistar bolsas pois é proibido. O diretor médico do local, Sérgio Moutinho, disse que pretende levar ao Conselho Regional de Medicina uma sugestão para melhor o cadastro de médicos acessado pela internet.

-Não houve falha no nosso procedimento, que é padrão e utilizado pela maioria dos hospitais. O problema é que a operação padrão já não é mais suficiente para evitar o que ocorreu. As pessoas de má fé são pró-ativas e descobrem maneiras de burlar os procedimentos- disse Sérgio Moutinho. Eliza agradeceu o apoio dos diretores do hospital, mas cobrou melhorias na segurança do local, já que é um hospital privado.

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