sábado, 22 de outubro de 2011

Executivo de SG veta projetos de lei de grande interesse público

Por Marcelle Corrêa

Na última semana vários projetos de lei dos vereadores do município, voltaram do Poder Executivo à Câmara dos Vereadores com vetos da prefeita. O que chamou à atenção é que vários desses projetos são de interesse público, como o que aplica penalidades ao dono do imóvel em que seja encontrados focos do mosquito Aedes Aegypt. Os projetos de lei vetados esta semana foram dos vereadores Amarildo Aguiar(PTB) e de Marlos Costa (PT).

Na última quarta, o projeto de lei nº 019/2011 de Amarildo Aguiar, em que aplica penalidades ao ocupante do imóvel em que sejam encontrados focos do mosquito Aedes Aegypt, transmissor da dengue, foi vetado totalmente. O projeto mostra em seus artigos atitudes simples que o dono da casa deve fazer para que o mosquito não prolifere no local e não contamine a vizinhança.

-A aplicação desta lei se faz por uma palavra de ordem, prevenção. Infelizmente os casos de dengue em nossa cidade aumentaram e como disse o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a maior epidemia de dengue está por vir e será em 2012. A medida por se tratar de penalidades pode até soar como impopular, mas é a forma mais eficaz de prevenção e eliminação dos focos do mosquito- explicou o vereador.

Seus parágrafos dizem que para cumprir o disposto, o ocupante do imóvel deve tomar uma série de cuidados, e se responsabilizar em limpar vasos, pneus, tampar caixa d'água e caso a equipe de endemias seja impedida de vistoriar o imóvel por algum motivo como abandono, o responsável pelo local será notificado no prazo de 48 horas para permitir que os agentes do controle de endemias da secretaria municipal de Saúde vistorie o local. Se a vistoria não for autorizada, um auto de infração deverá ser emitido cuja multa irá variar de acordo com sua gravidade, previsto no Decreto Municipal, o que varia entre cinco e cinquenta UFISG, o que seria entre R$110 e R$ 1.101.

-O que acontece em São Gonçalo é que nas casas fechadas e abandonadas são encontrados muitos focos justamente por não haver nenhuma punição por parte do executivo. É muito fácil eu ter uma casa aqui, e morar lá em Icaraí. O mosquito não passa do raio de 200 metros mesmo, então não vai me atingir. A fiscalização é muito ineficiente- reclama Amarildo Aguiar.

Outro projeto relacionado à dengue, apresentado pelo mesmo vereador, Amarildo Aguiar, também foi vetado. É o projeto de lei de nº022/2011 que incentiva ao cultivo de Citronela e da Crotalária Juncea como método natural de combate à dengue. Neste caso, o projeto diz que a secretaria de Meio Ambiente poderia ficar responsável pela campanha, que tem por objetivo a distribuição de sementes e muda das plantas alternadamente às ações de visitas e mutirões de combate a dengue. O método natural de combate ao mosquito já foi implantado em várias cidades como Juiz de Fora(MG) e Vitória (ES), onde demonstrou eficácia satisfatória no combate biológico ao mosquito transmissor da dengue.

Para o vereador Ricardo Pericar(PDT), o projeto foi vetado porque não há interesse do poder executivo em diminuir os casos de dengue no município.

-Quanto mais aumentar os casos de dengue na cidade, a verba para esse combate vai dobrar. A intenção deles definitivamente não é matar os mosquitos e isso já foi dito por um mata-mosquito á mim. A química usada pelos agentes na cidade não são eficientes para matar os mosquitos transmissores da dengue- reclama Pericar.

Indignado com os vetos que são de grande serviço á população, o vereador Miguel Moraes(PT), disse que para o procurador está afzendo a justificativa aos vetos com a inconstitucionalidade usando a Lei orgânica do município antiga, que já foi modificada, já que algumas irregularidades encontradas ali não condizem com a realidade.

A assessoria da Prefeitura de São Gonçalo foi procurada para saber quais são os critérios usados pelo procurador do município para vetar esses projetos, porém até o fechamento desta edição eles não haviam respondido.


03.09.11

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